O Sr. Gordon nos levou há um grupo de cavernas que ficava a norte da reserva ambiental da cidade. Adam pegou os fones de ouvido e ligou o mp4 ele me deu um dos fones, o coloquei e uma musica lenta e melancólica invadiu minha mente. Por um momento pude ver ma minha mente os momentos mais felizes e os mais tristes da minha vida.
– Esta tudo bem? – perguntou Adam.
Ri brevemente.
– Estou sim. Você gosta desse tipo de musica?
– Hum pouco... – rio ele brevemente – Me ajuda a esquecer meus problemas.
– Hum... Aqui esta ficando quente, vamos esperar a turma lá fora?
– É uma boa idéia não estou com cabeça para biologia.
Caminhamos para fora, ele encostou-se em uma arvore e se sentou, fiz o mesmo. O sol esta a pino e o vento refrescava naquela manhã. Do lado da estrada onde os ônibus escolares estavam estacionados havia um rio que corria. Peguei umas pedras e comecei a jogar na água. Adam permanecia em silencio e perdido em pensamentos, havia algo de errado, mas eu não o incomodaria, eu sabia como era se sentir daquela forma e o silencio ajuda nessas horas. A sombra da copa da arvore cobria uma grama verde e macia me estiquei e me deitei no chão olhando para o céu azul, fechei os meus olhos então senti que Adam – já que ele era o único que estava ali comigo – se deitara ao meu lado.
– Esta tudo bem? – perguntei.
– Se eu disse-se que não eu estaria mentindo. – falou ele sem vontade.
– Quer falar sobre isso?
– Não. Quero dizer não me leve a mal, mas prefiro resolver isso sozinho.
– Tudo bem – dei um sorriso largo.
Ele riu.
– Falei algo engraçado? – perguntei sem entender nada.
– Não... Só acho incrível como você me faz rir. É estranho.
As nuvens dançavam no céu azul. Meus pensamentos se perderam naquela imensidão e algumas perguntas começavam a se formar em minha mente, na verdade eu já sabia de algumas delas. É complicado sentir essas coisas, ainda mais que eu não deveria ter esses sentimentos.
– Será que nunca vou ser feliz? – perguntei a ele.
– A sua felicidade é você quem faz. – respondeu ele.
– E se ela for errada?
– Se isso o faz feliz não é errado. Você só precisa de coragem para ser feliz.
Minha face esboçou um breve sorriso.
– Você é um ótimo amigo.
– Você também. – concluiu ele.
A turma começava a sair da caverna e se aglomerava nas varias sombras, esticando suas toalhas xadrezes e montando um pequeno piquenique. A maioria dos grupos mantinha uma conversa entusiasmada, riam alto e brincavam entre si, outros preferiam ficar em silencio olhando para o céu com fones de ouvido como eu e Adam. Por algumas horas esquecemos nossos problemas.
O resto passeio foi tranqüilo a maioria dos alunos curtia a água cristalina do rio e o mais incrível era que eu não me sentia sozinho como normalmente acontece. Adam havia dormido e eu pegara um livro que eu trouxera dentro da mochila para ler, não demorou muito e um grupo de alunos que havia ido passear voltara avisando que haviam achado uma cachoeira. Todos se levantaram para ir ate lá, Lisa veio ate mim com um sorriso.
– Rafael você não vem?
– Se você não estivesse aqui eu iria. – retruquei e me foquei no meu livro.
Ela se afastou com a cara fechada junto com os outros alunos, poucos ficaram ali. A maioria estava dormindo ou ouvindo musica, mas onde estávamos ninguém tinha uma visão de nós dois já que arvore em que estávamos acomodados tinha um tronco grosso e uma das maiores copas que eu já vira.
O sol iluminava a água e refletia todo o seu esplendor. Peguei o livro e o coloquei do meu lado, minha mão se acomodou na grama foi então que Adam se mexeu e sua mão segurou a minha.
Eu sabia o que eu deveria fazer, mas não o fiz. Deixei que ele segurasse a minha mão e eu apertei a dele.
Eu estava quebrando todas as regras no qual eu fui criado, mas não me parecia errado querer ser feliz.
Estava na hora de ser.
Talvez...
Ri com a idéia, mas ao mesmo tempo ela me pareceu seria, mas eu não pensaria nela agora. Talvez fosse precipitado pensar nisso e nessa forma agora.
Eu resolveria isso depois.
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