5 - Chances

O sol adentrava a janela do meu quarto. O céu estava azul e a copa das árvores balançava tranquilamente com a brisa matinal, o canto dos passarinhos me acordou. Meus olhos se abriram lentamente, minha mão foi em direção a minha face para proteger meus olhos da claridade matinal. Levantei-me lentamente, espreguicei e fui para o banheiro. Tomei um banho, escovei os dentes e me vesti. Voltei para a cama e olhei para o teto branco. Já fazia duas semanas que eu estava namorando o Lucas. E tudo parecia está perfeito, apesar de eu esconder isso fielmente da minha mãe.

Era mais um dia da semana e fui para o computador e lá estava ele on-line. Conversávamos praticamente todos os dias e quase toda hora e em uma dessas conversas, enquanto eu ria, minha mãe me chamou.

— Ale. — levantei-me da frente do computador e ela me olhou de forma enigmática. Por alguma razão eu pressentia problemas. — Com quem você está namorando? — Meu mundo parou nesse exato momento. Minha mente trabalhava em um ritmo acelerado e rápido demais, tentando achar uma solução para a situação. Ela me olhou novamente e repetiu a mesma pergunta. Não havia como fugir, eu não tinha um argumento plausível, na verdade eu não tinha nada. Fiquei em silêncio e abaixei a cabeça. Ela suspirou. — Com quem você tá namorando, Ale? — Ela insistiu.

Respirei fundo e disse para mim mesmo: "Seja o que Deus quiser.".

— Com um cara aí... — sussurrei muito baixo e devagar, sendo claro, mas esperando que ela não tivesse entendido.

Ela me olhou novamente e adentrou a casa. "Mas que droga!", pensei. Quando voltei para o meu quarto, desliguei o computador, mas antes me despedi de Lucas. Eu estava em pânico. Com certeza em pânico. Saí de casa por instinto e comecei a andar pelas ruas, minhas mãos estavam suadas e minha pressão estava baixa. Peguei o celular no meu bolso e disquei com a mão trêmula para Lenna.

— Oi, meu amor! — disse ela ao atender.

— Lenna, socorro — disse trêmulo, mas calmo, sem me alterar, mas meu corpo tinha uma independência que nem eu imaginava que tinha, minhas pernas estavam bambas e eu não sabia se conseguiria ficar em pé por muito tempo.

— O que houve? — perguntou ela preocupada.

— Minha mãe descobriu.

— E agora? O que houve? Explique-me — pediu ela com urgência mantendo o tom de preocupação.

Expliquei a ela como tudo ocorreu e no final de tudo ela me perguntou.

— Mas como ela descobriu?

— Não sei, talvez ela tenha me visto conversando com ele no computador ou ouvido uma ligação, não sei ao certo, na verdade não tô com cabeça para pensar nisso.

— Calma, vai dar tudo certo. Onde você está?

— Na verdade não sei ao certo, estou caminhando há um tempo meio sem rumo.

— Não está perdido, não é?

— Não. Não se preocupe, eu sei como voltar para casa.

— Pois volte para casa, qualquer coisa você me avisa que eu vou até aí se precisar.

— Obrigado.

— Até mais, meu amor, e me liga qualquer coisa.

— Tá bem.

— Te amo.

— Também amo você, Lenna.

Guardeio celular e tentei me acalmar. Respirei fundo e me pus a voltar para casa, nãosei se eu fiaria bem. Eu tenho medo. Medo do que pode acontecer se eu voltarpara casa, mas não há como saber. Então tomei coragem e dei meia-volta. Estavaindo para casa.