O sol iluminava o estacionamento do Sigma Hight, o Sr. Gordon havia planejado uma aula de campo para as suas turmas, dois ônibus iriam sair em três minutos. Eu havia chegado um pouco mais cedo e estava sentado em minha moto com os fones de ouvidos quando avistei Lisa – que para o meu azar havia chegado cedo – com um sorriso vindo em minha direção.
– Oi Rafael. – ela disse enquanto eu tirava os fones dos ouvidos.
– Ola Lisa – dei um breve sorriso e desviei minha atenção para os alunos que aos poucos chegavam.
– Que sorte termos o mesmo professor de biologia.
– É... – dei de ombros.
– Você poderia ao menos falar comigo direito. – ela retrucou.
– É? – olhei para ela.
– Eu sou Lisa Simpson e não admito que me trate dessa forma, sou sua namorada.
Dou uma risada.
– Era.
– Ainda sou sua namorada não posso sair desde que você pirou, já imaginou o que os outros vão falar se me virem ser você? – ela falou ultrajada.
Olhei para ela incrédula.
– É isso o que eu sou para você? Um acessório? Algo que você pode usar ate bem entender e quando não quiser mais jogar fora?
– Eu não quis dizer isso.
– Disse sim. Quer saber de uma coisa Lisa Simpson eu não sou seu namorado e não vou voltar a ser. Nem sei por que namorei você. Alias quer que eu te diga a verdade? Eu NUNCA gostei de você e vê se mantêm distancia de mim, não sou brinquedo seu e nem de ninguém.
Levantei-me da moto e me direcionei para o ônibus deixando ela para trás, o estacionamento já estava cheio de alunos e o Sr. Gordon havia chegado, ele estava com a prancheta com o nome dos alunos enquanto gritava:
– Vamos gente! Verde é bom...
Quando entrei no ônibus avistei Adam com um livro nas mãos entretido com a leitura nos últimos bancos, me sentei ao seu lado.
– Oi. – disse em meio a um sorriso.
– Ei – disse ele surpreso – Como vai capitão do time de basquete?
– Levando e você?
– Também...
– Mesmo pensei que você tivesse tudo... – disse em meio a um sorriso repetindo quase as mesmas palavras que ele havia me dito no dia anterior.
Ele riu.
– Pois é, veja você nem tudo é o que parece.
– Posso saber do que se trata?
– Questão amorosa.
– Esta namorando?
– Oficialmente... Sim, mas não sei que quero manter isso por mais tempo, estou sobre pressão constantemente.
– Hum... E o João Paulo não veio?
Ele voltou-se para o livro, ficou em silencio por alguns instantes e me respondeu depois de um longo suspiro.
– Não faço idéia.
O ambiente meio que ficou tenso então mudei de assunto.
– Vai assistir aos jogos de basquete dessa temporada?
Ele riu novamente.
– Não sou fã de esportes.
Era incrível como eu ria com ele, era estranho, mas eu gostava de falar com ele era como se os meus problemas não fossem nada e eu podia ate rir deles, quando dei por mim o ônibus havia parado e ele estava rindo da ultima coisa que eu havia falado. Era esquisito ver como estar com ele me fazia ser eu novamente como se meu pai não houvesse morrido e como se minha vida fosse completa.
Era difícil entender esses sentimentos estranhos que eu nunca havia sentido por ninguém, eu estava feliz e não queria perder tal felicidade. Ele sim é um amigo de verdade e eu podia ver que ele também gostava de passar um tempo comigo, este era o começo de uma bela amizade.
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